quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Leia parte do discurso de despedida do papa Bento XVI



Venerados Irmãos no Episcopado e no Presbiterato, Distintas Autoridades, Caros irmãos e irmãs,

Agradeço por terdes vindo em tão grande número a esta minha última Audiência Geral.

Obrigado de coração! Estou realmente comovido! Vejo em vós a Igreja viva! E acho que devemos agradecer também ao Criador pelo dia maravilhoso que nos proporcionou hoje, mesmo sendo inverno.

Como o apóstolo Paulo no texto bíblico que acabamos de ouvir, eu também sinto no meu coração que devo agradecer principalmente a Deus que guia a Igreja e a faz crescer, que semeia a sua Palavra e desse modo alimenta a fé em seu Povo.

Neste momento, minha alma se expande e abraça toda a Igreja espalhada pelo mundo; e dou graças a Deus pelas "notícias" que nestes anos de ministério petrino pude receber sobre a fé no Senhor Jesus Cristo, sobre a caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e sobre da esperança que nos abre e nos orienta para a plenitude da vida, para a pátria do Céu.

Quando, no dia 19 de abril, há quase oito anos, aceitei assumir o ministério petrino, tive a firme certeza que sempre me acompanhou: esta certeza da vida da Igreja da Palavra de Deus. Naquele momento, como já disse repetidas vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedes isto e o que me pedes? É um peso enorme o que colocas sobre meus ombros, mas se Tu o pedes, sobre a tua palavra lançarei as redes, certo de que Tu me guiarás, mesmo com todas as minhas fraquezas. E oito anos mais tarde posso dizer que o Senhor me guiou, esteve sempre ao meu lado, pude perceber cotidianamente sua presença. Foi um trecho do caminho da Igreja em que houve momentos de alegria e de luz, mas também momentos difíceis; eu me senti como São Pedro com os Apóstolos no barco no lago da Galileia: o Senhor nos deu muitos dias de sol e de brisa suave, dias de pesca abundante; houve também momentos em que as águas estavam agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas sempre soube que naquele barco estava o Senhor e sempre soube que o barco da Igreja não é meu, nem é nosso, é dEle. E o Senhor não permite que ele afunde; é Ele que o conduz, certamente também por meio dos homens que escolheu, porque assim Ele quis. Esta foi e é uma certeza que nada pode ofuscar. E é por isso que hoje meu coração está repleto de gratidão a Deus porque Ele jamais deixou que faltassem a toda a Igreja e a mim também o seu consolo, a sua luz, o seu amor.
Caros amigos! Deus guia a sua Igreja, sempre a sustenta também e principalmente nos momentos difíceis. Não devemos perder jamais esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, esteja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandonará, está perto de nós e nos envolve com o seu amor. Obrigado!

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