terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Pessoas do bem

Francisco Nélson de Aquino 84 anos, nasceu no Sitio malhada da onça município de Santana do Matos , hoje Ipanguaçu , filho de Cândido Francisco de Aquino e  Maria Luiza da Conceição. 

Aos 10 anos já era órfão de de pai e mãe, foi levado para morar com sua madrinha na cidade de Assu, Josefa Enertina Rodrigues, que lhe tratava com muito zelo, pois o mesmo só usava roupa de linho e sempre bem cuidado. 

Sem tempo para cuidar do afilhado ela pediu para que Manoel Felipe cuida-se dele, foi quando ele veio morar no canto Grande, mesmo assim dona Zefinha como era carinhosamente conhecida continuava manda  tecidos de linho para fazer as roupas do menino Nelson.

Entrou na escola do ABC com sua primeira professora Lili Horácio que morava no buraco d'água Alto do Rodrigues e vinha a cavalo ensinar no grupo escolar de canto grande.
Fez apenas o primário incompleto mas aprendeu o suficiente para o  ajudar no dia dia da sua vida. ler bem e escreve bem, sabe contar e aprendeu as 4 operações. 

Seu Nélson Gosta muito de ler como já disse é uma encyclopedia viva, e já leu todo conteúdo da bíblia sagrada.
Aos 14 anos era super responsável e ganhou a confiança de  Seu Manoel Felipe, que mandava resolver todos os problemas montado em um cavalo, tanto para cidade de Angicos como Assu..
Casou-se aos 23 anos   de 1955, com a jovem Aidê Gonçalves Cachina, filha do saudoso zé cachina.

Construiu uma família de 9 filhos, 16 netos e 12 bisnetos. Hoje é viúvo vive sozinho em sua casa, mas rodeado de carinho dos filhos netos, bisnetos , dos vizinhos e dos amigos. 
Quem passa por Arapuá ver sempre seu Nelson sentado em cadeira na sua caçada rodeada da família e dos amigos.

Continuando falar da sua vida, logo que casou começou a sua vida de agricultor na plantio de Algodão, mas veio o bicudo que fez desaparecer as safras de algodão da época então procurou outro ramo de vida.
Entrou no ramo da corte da palha de carnaúba e foi um dos maiores arrendatários da carnaúba do vale do Assu, tendo formado até nove turmas de cortadores de palha. Tinha uma máquina, e hoje ainda guarde uma parte dessa máquina em sua casa.

Entrou na política , candidatou-se a vereador e ficou na suplência , obtendo na época 272 votos, aonde ainda guarda com orgulho o seu diploma.
Seu Nélson Aquino é um historiador por natureza, sabe fatos sobre o Arapuá que  agente se delicia ouvindo a sua voz calma e macia contando história que marcaram a vida do povo e da comunidade de Arapuá.
Algumas coisa que ele me contou:
O açude que tinha em Arapuá foi construído por D. Pedro II e deu uma enchente muito grande em 1824. que o Açude estourou.
Pra construir esse açude os trabalhadores carregavam pedras na cabeça, e o barro no lombo dos burros.

Depois já século 19 foi construida uma barragem  aonde hoje é a ponte do Arapuá, que por muitos anos quando o rio enchia, só passava de canoa e os carros em balsa, lembrando que antes da ponte tinha a sangria do açude que chama o voo do morte. desse eu me lembro, passei muito por lá.

Falou também que além de ser um homem integro,João cachina trouxe trabalho e desenvolvimento pra comunidade,. Português que veio para o Brasil aos 12 anos e construiu uma história linda de vida no Arapúa, construindo um casarão em estilo Português, que ainda hoje tem um formato da época,
Falou dos Calungas , dos boi de reis, das valsas que animavam o Arapuá dos anos 50, das primeiras casas, de Manoel grande, de Félix Felipe, de joão Cachina, e das primeiras famílias que ajudaram a construir o arapuá, Os Timoteos e os pacapara, depois veio os Aquino,, os nascimentos, os libertos, e hoje tem um grande número de família que engrandece e orgulha o arapuá..
A primeira professora , curandeira, parteira e outras histórias mais de Arapuá contado pelo amigo Nélson e também por Isamar cachina você vai ver em breve aqui no blog do bem. Inclusive um pouco da história de João Cahina.
Finaliso aqui dizendo algumas coisas interessantes que seu Nélson me falou.. Nunca usou arma e não tem medo de valente,porquê não vai aonde ele tá.
Que tinha um cantador de viola, muito estimado na região,Zé Alves de Macau, mas ele dizia sempre. Canto porquê sapo canta, e curuja canta também.
Esta foi um pouco um pouco da história de vida de seu Nélson Aquino, e quero dizer, que apendi muito com ele , coisas e fatos da minha terra que eu não conhecia, foi uma tarde inesquivável e um bate papo agradável, ouvir estas histórias maravilhosas que o senhor me contou. Fico feliz e agradecido por ter tirado um tempinho para eu poder contar um pouco da sua história de vida. Que deus te abençoe sempre,eque o senhor continue sendo esse homem integro e inteligente e muito querido por toda Arapuá e Ipanguaçu. Feliz Natal e um ano novo cheio de paz e saúde.

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