sábado, 11 de abril de 2015

Leonardo Oliveira: "Nossa gestão tem priorizado a agricultura familiar"

Prefeito de Ipanguaçu fala sobre administração municipal e indica que as políticas de fomento à agricultura familiar tem sido prioridade no seu mandato.
Em entrevista concedida ao jornalista José Pinto Júnior, no programa Conexão Potiguar, o prefeito de Ipanguaçu, Leonardo Oliveira (PT) falou sobre os problemas e as soluções encontradas pela administração municipal. O gestor ressaltou também as medidas que o município adotou na educação. Confira:
A agricultura ainda é muito importante no seu município, mas estamos passando por uma das piores secas das últimas cinco décadas. A cidade passa por dificuldades?
Ipanguaçu tem o privilégio de ter o rio Pataxó e o rio Piranhas-Açu. Mas devido a essa grande estiagem, já temos realmente diversos agricultores enfrentando dificuldades. Eles dependem do canal da barragem Armando Ribeiro, que também alimenta o canal do Pataxó, e a gente vem pleiteando junto ao Governo e a SEMARH, para que possa ser feito o reparo necessário dos danos que existem nesse canal como também para solucionarmos a questão do desperdício da água. Só assim poderíamos garantir água para a irrigação e para os rebanhos, que são os que mantêm a maior fonte de renda do município de Ipanguaçu.

Ipanguaçu sediou um debate com representantes de vários municípios daquela região, que já tinham em mãos um estudo que identificava os rios que estavam sendo assoreados e discutia-se, dentre outras coisas, a reivindicação da recuperação das matas ciliares, limpeza dos leitos e o aprofundamento do rio. Este processo avançou?

Avançou em partes, no ano de 2010. O município, mesmo com recursos limitados, conseguiu criar um plano de ação para limpar os leitos dos rios, que veio a amenizar as inundações e as enchentes que aconteciam freqüentemente na cidade, trazendo danos e prejuízos que afetavam o crescimento econômico do município.

 A questão da dragagem é uma luta da nossa gestão, junto a nossa Senadora Fátima Bezerra, juntamente com o Ministério da Integração, mas infelizmente o Governo do Estado, que é o órgão executor, não teve o comprometimento de realizar a obra e por isso até a drenagem do rio Pataxó não foi feita. Por esse motivo, Ipanguaçu está prestes a voltar a sofrer novamente nas épocas de chuva, com inundações e enchentes.

Quer dizer, depois do prejuízo com a seca, pode-se voltar a ter prejuízos com as cheias?

Infelizmente. Ipanguaçu sofre com as secas e também com as enchentes. Mas diante de todas as situações, preferimos as chuvas, que é o que garante a produtividade agrícola.
O lençol freático de lá é muito rico, não é mesmo? Tanto que a fruticultura é muito forte.

É bem verdade. E também o próprio solo que realmente é muito fértil e produtivo, e é o que tem sustentado a agricultura local.

Quais são as principais culturas cultivadas no município?
Hoje nós somos exportadores de manga, mas também já exportamos muita banana. Porém, devido às inundações, diminuiu muito a produção. Mas temos também os agricultores que cultivam, mesmo que de modo menos expressivo, milho e feijão.
E quanto ao cultivo de verduras?
Hoje temos um incentivo do Programa Compra Direta, que é o que tem fortalecido também a economia da nossa região. E a nossa gestão tem priorizado políticas públicas de fomento a agricultura familiar.
O IFRN de Ipanguaçu foi um dos primeiros a serem implantados no RN. Qual a importância do Instituto?
É isso mesmo. O IF de Ipanguaçu, quando foi inaugurado juntamente com o IF de Santa Cruz e Mossoró, veio trazer grandes oportunidades não só ao povo dessas cidades, mas à região do Vale do Assu como um todo. É uma oportunidade única em que os jovens da nossa região têm de ter uma instituição de ensino técnico-profissionalizante. Eu costumo dizer que aquele jovem que sonhava em ingressar em uma universidade, em galgar um futuro melhor, já tem na porta de casa essa chance. Hoje nós já vemos filhos de agricultores ingressando em cursos de medicina, psicologia, engenharia civil, enfim, em diversas áreas.

Quais são os cursos que são trabalhados lá? Tem a ver com as potencialidades do município?
Como já falamos anteriormente, a maior potencialidade de Ipanguaçu é a qualidade da terra e que a principal fonte de renda ainda é a agricultura. Então só temos o curso de Agroecologia, que eles desenvolvem a técnica agrícola, abordando a questão da preservação ambiental. Temos também o curso técnico de Informática. Mas recentemente foi criado o curso superior com licenciatura em Química e também o curso superior de Informática. 
Temos vivido uma grande expansão. Hoje já temos mais de 1.300 alunos no IF de Ipanguaçu, e a cada dia a demanda aumenta. Por isso, já temos colhido alguns frutos e resultados. No próprio município, já tem alunos desenvolvendo suas atividades práticas, seus conhecimentos, todos adquiridos no IFRN. Como também temos aqueles que ingressaram em universidades para darem continuidade nos estudos e procurarem expandir seus conhecimentos.
Com 60% da população vivendo na zona rural, como o senhor faz pra enfrentar a questão da educação? O senhor construiu escolas nas comunidades ou tem transporte que leva essas crianças das comunidades às escolas?

Temos sete escolas, com mais dois pólos de educação, que somam nove instituições de ensino. Em nossa cidade, não há nenhum aluno que não possa ter a oportunidade de estudar. Desde o início, por sabermos que a maior parte da população mora em zona rural, procuramos parcerias com o Governo Federal, com o Ministério da Educação, e adquirimos quinze novos ônibus. Mas o nosso compromisso vai além, contemplamos desde o piso nacional do Fundeb, a valorização, capacitação continuada dos nossos professores, como também o melhoramento das nossas escolas. E graças a esse trabalho já temos destaques, não só a nível estadual, mas também a nível nacional. Isso é prova de que é possível, mesmo sendo uma cidade pequena, com recursos limitados. Mas tendo o compromisso, a boa vontade em fazer, com certeza terá bons resultados. 
Em que medida isso impactou o IDH do município?
Segundo os dados do IBGE, a desigualdade social de Ipanguaçu recuou de 2014 a 2015, em 15,8%. Como também o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que iniciou em 1.8, passou para 2.7 e hoje chegamos ao patamar de 3.8. Todos esses avanços e esses investimentos têm sido refletidos em dados e mostra que estamos no caminho certo e alcançando nossos objetivos.
PN Potiguar Notícias.

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