Dedico este poema ao poeta do Amanhecer Ademar Macedo.
Tributo ao Rio Piranhas
Oh! meu senhor Jesus Cristo
Dai-me vossa proteção
Pra falar do Rio Piranhas
Usando muita emoção
Mas procurando usar
Primeira a voz da razão.
Era Criança eu me lembro
Das belezas do meu rio
Das lavandeiras cantando
Lavando a roupa com brio
E os agricultores plantando
Suas vazantes no rio
Milho, Feijão e Batata,
Tudo alí era colhido
Tomava banho no rio
E não me vinha no sentido
Que no futuro bem próximo
Tudo alí tinha morrido.
Lembro-me quando eu ia
Para as festas de São João
Tirava o sapato e a meia
E pisava com o pé no chão
Passando na água do rio
Na maior animação.
Água limpa e sadia
Água pura e cristalina
Muitas vezes eu bebia
Matando a sede que eu tinha
E que também matava a sede
Do povo da Ribeirinha.
Quando era no inverno
Muita chuva no sertão
O rio logo enchia
Era água de montão
Pra passar! Só de canoa
Era grande agitação.
Homens, animais e criança
Iam todos misturados
Passando a água do rio
Pareciam amargurados
Rezando e pedindo a Deus
Pra chegar do outro lado.
O tempo foi passando
O progresso foi chegando
Construíram uma barragem
Lá perto de Itajá
Ficando de margem a margem
Perigo só se estourar.
Mais logo a barragem encheu
O Assú todo tremeu
Inundando todo o vale
agente nunca esqueceu
sofrimento e agonia
Todo vale padeceu.
Eu sei, que o medo passou
As águas logo baixaram
O vale todo alagado
O agricultor encantado
Pra plantar sua semente
E logo ter resultado.
Buraco pra todo canto
Todos com peixe a vontade
Para matar o desejo
Dos que gostam do pescado
Apesar da grande enchente
Ninguém tava aperreado.
Graças ao nosso Piranhas
Todos estavam felizes
Uns pescando, outros plantando
Vendo ali suas raízes
Com fartura e produção
Era grande animação.
Mas ninguém se importava
Com o que podia acontecer
Fazendo casas no rio
Com certeza ele ia morrer
E num futuro bem próximo
Agente ia padecer.
"Favelaram" nosso rio
Que da pena agente olhar
Urina, fezes e dejetos
Nas águas a se misturar
Nosso rio ta morrendo
E nós temos que salvar.
As firmas que aqui chegaram
Trouxeram muitos empregos
Nós não podemos negar
Mais estão contaminando o rio
E eu vou lhe alertar
Se não tomar providência
Nosso rio vão matar.
Agrotóxicos de montão
São colocados no rio
Os nossos Peixes morrendo
Esse é o grande desafio
Quando for daqui uns anos
Não tem mais vida no rio
Água contaminada
Nosso povo adoecendo
O lixo tomando conta
O rio todo morrendo
Ninguém toma providencia
Com o que está acontecendo.
Aqui vai o meu alerta
Pra todos desse lugar
Vamos unir nossas forças
E com muita garra lutar
Com muito amor e carinho
O nosso rio tratar
Vamos unir nossas forças
Vamos sim acreditar
Fazer dele nosso amigo
Companheiro do lugar
E fazer das suas margens
O mais bonito lugar.
Aluísio de França. Editado em 2002.
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