sábado, 20 de setembro de 2014

Histórias do bem : Enchentes de 64 no vale do Assu

  Parte I
 
Para alimentar o nosso arquivo de informações sobre as grandes cheias ocorridas em nossa região, relatamos alguns fatos ocorridos no ano de 1964.

Enquanto o Brasil assistia a tomada do golpe militar em abril de 1964, o Vale do Assu era castigado pela maior enchente de sua história. 

O Rio Grande do Norte ainda engatinhava no ramo das telecomunicações, energia e estradas. Com as chuvas torrenciais e quase ininterruptas durante 15 dias, despejadas sobre o Vale do Assu à época, cidades ficaram ilhadas não só pelas águas. As estradas carroçáveis ficaram intransitáveis. A aproximação de barcos era impossível devido aos rios caudalosos.
 A comunicação foi possível dias depois por uma estação de rádio amador. A alimentação para mais de 1.500 famílias desabrigadas chegava com extrema dificuldade por canoas e era rateada em regime de guerra.

Jornais da época noticiaram a entrega de 26 toneladas de alimentos para a região afetada.

Na edição de 15 de abril de 1964, o Diário de Natal estampava dados alarmantes da enchente: “Na cidade de Ipanguaçu ruíram nada menos que 39 casas. O leito do Rio Assu faltou apenas vinte centímetros para atingir o nível da cheia de 1924, que foi a maior até agora naquela região”.
O Governador Aluízio Alves enviou uma equipe coordenada por Luiz Antonio Porpino, para auxiliar as vítimas da enchente. O Presidente da República recém-empossado o general Castelo Branco prestou grande ajuda aos flagelados das enchentes, enviou até o seu helicóptero particular para sobrevoar as regiões mais afetadas. 
As duas aeronaves disponibilizadas para a ajuda no Vale do Assu eram da frota nacional e com pilotos americanos no comando.
O grave problema social e humano causado pela enchente de 1964 deixava mais de 30 mil pessoas privadas de lavouras, rebanhos de ovinos, caprinos e bovinos. Algumas mortes de velhos e crianças foram registradas não diretamente causadas pelas enchentes, mas pelo choque decorrente do drama vivido por uma população inteira, jogada à miséria e ao desabrigo.
Fonte: O Diário de Natal de 13 de abril de 2008.

Foto: Blog Fernando Cald

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